sábado, 31 de janeiro de 2009

Portuguesas desvendam mistério da biologia

O trabalho das portuguesas Mónica Bettencourt e Ana Martins, foi premiado com o Prémio Pfizer para investigação básica 2007. A equipa destas duas cientistas portuguesas desvendou o funcionamento do centrossoma, órgão da célula que regula a multiplicação celular, abrindo portas para um possível diagnóstico e tratamento do cancro. O estudo, que foi desenvolvido por investigadoras do Instituto Gulbenkian de Ciência, traz luz ao velho mistério da biologia das células e oferece novas pistas para anomalias existentes nos casos de cancro.Conduzida por Mónica Bettencourt Dias e Ana Rodrigues Martins, em colaboração com as Universidade de Cambridge (Reino Unido) e de Siena (Itália), a investigação desvendou os segredos da formação do centrossoma, a estrutura que regula o esqueleto e a multiplicação das células e que frequentemente se apresenta alterada no cancro. Esta descoberta responde pela primeira vez a uma questão muito antiga e que já preocupava os biólogos do fim do século XIX: como é que se forma um centrossoma (ou como define Mónica Bettencourt Dias, o "centro de controlo" da célula)? A importância desta questão prende-se com o facto de várias doenças, desde o cancro à infertilidade, estarem relacionadas tanto com a ausência como com o excesso de centrossomas. Cada célula tem apenas uma destas estruturas e pensava-se que este servia de modelo para a estruturação de novos centrossomas, necessários aquando da formação de novas células. Este estudo vem agora mostrar que estes "centros de controlo" se podem formar sem um modelo, vindos do nada, desde que para tal haja um aumento de actividade de uma proteína, a SAK. As investigadoras observaram que um aumento da SAK levava à formação de inúmeros centrossomas, uma descoberta que tem duas consequências muito importantes para a bio-medicina. Por um lado, se o modelo não é necessário, basta a alteração da SAK para se gerarem muitos centrossomas, o que leva a uma desregulação da multiplicação das células, algo observado no cancro. Por outro lado, o estudo sugere que estas moléculas possam ser utilizadas no diagnóstico, e até a mais longo prazo, como pontos de ataque no tratamento do cancro. "Há dois aspectos muito importantes, um é o prognóstico, se as moléculas estiverem alteradas, outro é a possibilidade de as moléculas serem bons alvos no tratamento do cancro, para a utilização de fármacos", explicou Mónica Bettencourt Dias. No entanto, a investigadora considera que "ainda é precoce" falar em futuras aplicações desta descoberta na terapia contra o cancro, adiantando que tal não será possível antes de cinco anos. "Na ciência, as descobertas funcionam por etapas. Este projecto, que começou a ser desenvolvido há cerca de ano e meio e terminou agora, abre portas para o início de outras etapas na investigação", explicou.
Associação Nacional de Bioquímicos

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Reino Unido- Nasceu primeiro bebé sem gene do cancro da mama

Nasceu o primeiro bebé sem o gene do cancro da mama.
O parto teve lugar esta sexta-feira no hospital do University College em Londres.
Todas as mulheres da família do progenitor tiveram um tumor na mama.
Um risco que os pais quiseram evitar, como explicou Paul Serhal, director da Unidade de Reprodução assistida do hospital:
“Esta família foi castigada durante várias gerações com cancros. Está bastante traumatizada com uma doença perigosa e mortal. Por isso decidiu realizar a pré-selecção do embrião. Testámos o embrião e seleccionámos o embrião que não tinha a anomalia genética”.
O diagnóstico pré-implantatório já foi utlizada em cerca de mil bebés para prevenir outras doenças, como a fibrose cística e a doença de Hungtington. Cerca de 60 patologias podem ser rastreadas por meio desta técnica.
Apesar de a criança deixar de ser portadora do gene poderá mesmo assim contrair cancro da mama já que a doença pode ser causada por outros factores.
Notícia retirada: euronews
Aqui pode aceder ao vídeo referente á notícia publicada na SIC, "Descoberto gene do cancro da mama".