segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Identificado gene chave na propagação do cancro da mama

Uma equipa de investigadores norte-americanos identificou um gene que desempenha um papel chave na propagação do cancro da mama e torna também os tumores mais resistentes à quimioterapia, segundo um estudo hoje publicado. O gene, chamado Metaderina ou MTDH, está activo em 30 a 40 por cento dos pacientes. Situado numa pequena região do cromossoma humano, este gene parece ser crucial para a formação de metástases, ao ajudar as células cancerosas a fixar-se aos vasos sanguíneos de outros órgãos do corpo.
A identificação do mecanismo genético envolvido na formação de metástases do cancro da mama poderá abrir caminho ao desenvolvimento de novos tratamentos capazes de neutralizar a actividade do gene e reduzir a mortalidade.
"Neutralizar esse gene nos pacientes com cancro da mama permitirá atingir simultaneamente dois objectivos importantes: reduzir o risco de recorrência do tumor e ao mesmo tempo a sua disseminação noutros órgãos", afirma num comunicado Yibin Kang, professor de Biologia Molecular na Universidade de Princeton (Nova Jersey) e principal autor do estudo.
"Estas são clinicamente as duas principais razões pelas quais os pacientes atingidos por cancro da mama sucumbem à doença", acrescenta o investigador, cujo trabalho vem hoje publicado na revista Cancer Cell. "Não só foi exposto um novo gene responsável pelas metástases do cancro, como se trata também de um desses poucos genes cujo modo de acção preciso foi esclarecido", comentou Michael Reiss, director do programa de investigação sobre cancro no Cancer Institute de Nova Jersey e um dos co-autores do estudo. "Esta descoberta permitirá desenvolver um medicamento capaz de neutralizar o mecanismo de metástases do cancro", considerou. Estes investigadores descobriram também que o gene MTDH poderá também explicar a progressão e propagação de outros tipos de cancro, como o da próstata. O estudo foi financiado pelo Departamento da Defesa, os Institutos Nacionais de Saúde e a Sociedade Americana do Cancro. Apesar de não ser dos mais letais, o cancro da mama tem uma alta incidência e uma alta mortalidade, sobretudo na mulher, sendo que apenas um em cada 100 cancros se desenvolve no homem.

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